A nova produção da Lionsgate, Shadow Force, tenta misturar ação explosiva com um drama familiar e romântico. No entanto, o resultado decepciona. O longa, dirigido e coescrito por Joe Carnahan, não entrega a intensidade esperada. Apesar de contar com um elenco talentoso, o filme sofre com roteiro previsível, personagens rasos e cenas de ação que pouco empolgam.
Carnahan já demonstrou habilidade para criar histórias vibrantes, como em “A Última Cartada”. Porém, aqui, sua direção parece automática, sem inspiração. Mesmo com nomes como Kerry Washington, Omar Sy e Mark Strong, Shadow Force se parece mais com um lançamento direto para vídeo do que com um blockbuster de verão.
Trama genérica e desperdiçada
O enredo gira em torno do casal Isaac Sarr (Omar Sy) e Kyrah Owens (Kerry Washington), ex-agentes forçados a se separarem por violar regras de conduta. Vivendo em fuga, Isaac passa a proteger o filho do casal, KY (Jahleel Kamara), enquanto são perseguidos por uma organização secreta comandada por um vilão caricato, vivido por Mark Strong.
A ideia de misturar romance proibido com ação familiar até tem potencial. Contudo, o filme não consegue explorar nenhum desses elementos com profundidade. As ameaças são genéricas, os vilões são pouco desenvolvidos e a narrativa não cria tensão real. Cada reviravolta parece reciclada de outros filmes do gênero.
Ação sem impacto visual
As cenas de ação deveriam ser o ponto alto de Shadow Force, mas falham em empolgar. A introdução das habilidades de Isaac, por exemplo, ocorre quase toda fora da tela. O público apenas ouve a pancadaria, tornando a sequência frustrante. Já a perseguição de carro na serra, mesmo sendo visualmente bonita, carece de emoção.
O clímax, que se passa em um bangalô apertado, limita qualquer tentativa de criar uma coreografia impressionante. O resultado é uma sequência monótona de tiros e explosões que ignora até a lógica básica do armamento utilizado. Tudo soa genérico, como se já tivéssemos visto isso antes, mas feito de forma mais eficaz em outros filmes.
Elenco desperdiçado em roteiro fraco
Mesmo com o carisma natural de Kerry Washington e Omar Sy, o filme não consegue se sustentar. Ambos tentam, em vão, adicionar profundidade ao casal protagonista. Mark Strong, por sua vez, entrega uma atuação intensa como vilão, mas suas falas clichês tornam sua presença cansativa em vez de ameaçadora.
Momentos que deveriam gerar conexão emocional, como a relação entre pai e filho, soam forçados. A tentativa de incluir elementos “peculiares”, como a surdez temporária de Isaac para melhorar sua concentração, soa artificial. A trilha sonora, com músicas de Lionel Richie inseridas em cenas dramáticas, quebra o clima ao invés de reforçá-lo.
Shadow Force tenta misturar gêneros, mas acaba não entregando nenhum com excelência. O resultado é um filme esquecível, que desperdiça elenco e premissa em uma execução apática.
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