Mais de duas décadas separam o público do primeiro filme para a estreia de Uma sexta-feira mais louca ainda. O desafio era grande: conquistar uma nova geração sem perder o encanto dos fãs antigos. Com um enredo que mistura nostalgia e atualizações criativas, a produção prova que continuações podem, sim, justificar sua existência.
Um reencontro de gerações
No longa, Tess Coleman (Jamie Lee Curtis) agora divide sua rotina entre a carreira de autora, a prática de psicologia e o papel de avó de Harper (Julia Butters). Já Anna Coleman (Lindsay Lohan) trocou a vida de estrela do rock para gerir a carreira de uma cantora pop.
Os conflitos familiares se intensificam quando Anna conhece Eric Reyes (Manny Jacinto), pai solteiro de Lily (Sophia Hammons), rival de Harper na escola. Mesmo com as filhas em pé de guerra, o romance entre Anna e Eric caminha para o altar.
O retorno da mágica
A diretora Nisha Ganatra usa um recurso fantasioso para trazer de volta a magia do primeiro filme. Após uma previsão misteriosa feita por uma vidente, Anna e Harper trocam de corpos. A confusão aumenta quando Lily passa a habitar o corpo de Tess, enquanto Tess acorda no corpo de uma jovem britânica.
Apesar de repetir a estrutura original, Uma sexta-feira mais louca ainda atualiza o humor para um público que cresceu conectado à internet e acostumado a piadas mais rápidas. O choque entre gerações é explorado de forma criativa, com situações que qualquer espectador pode reconhecer.
O sucesso dessa proposta dependia da sintonia entre as atrizes. Felizmente, o elenco entrega atuações carismáticas, especialmente nas cenas cômicas e nas reflexões sobre o significado de família.
Lindsay Lohan mantém o carisma que conquistou o público nos anos 2000, agora com a bagagem de quem cresceu junto com seus fãs. Jamie Lee Curtis, por sua vez, brilha ao interpretar Lily de forma debochada e energética, criando alguns dos momentos mais divertidos do filme.
Leveza acima de tudo
O longa não tenta fechar todas as pontas narrativas, priorizando a diversão e a tensão cômica entre os protagonistas. É um formato clássico dos filmes da Sessão da Tarde: começo, meio e fim bem definidos, ritmo ágil e fácil de acompanhar.
Mesmo com alguns exageros de conveniência, Uma sexta-feira mais louca ainda entende seu público. É uma homenagem respeitosa à geração que cresceu com o original e um convite para que novos espectadores descubram essa história leve e divertida.
Deixe um comentário