Ubisoft muda política e exige que usuários deletem jogos após fim do suporte
A Ubisoft causou polêmica ao atualizar seu Contrato de Licença de Usuário Final (EULA), introduzindo uma cláusula que dá à empresa o direito de exigir que os jogadores desinstalem ou destruam seus jogos após o encerramento do suporte.
A nova política acendeu um alerta vermelho na comunidade gamer. A partir de agora, a desenvolvedora poderá remover o acesso a qualquer título, a qualquer momento, por qualquer motivo – inclusive sem justificativa pública. O movimento vem sendo interpretado como uma tentativa de proteger-se juridicamente em um cenário de crise financeira e reputacional.
Jogador não é mais “dono” do jogo
Segundo o novo contrato, se a Ubisoft decidir interromper o suporte de um jogo, o usuário deverá “desinstalar imediatamente o produto e destruir todas as cópias em sua posse”. Isso vale tanto para versões digitais quanto físicas, o que amplia o impacto da medida.
A polêmica cláusula foi noticiada por portais especializados como o Tech4Gamers, e rapidamente se espalhou pelas redes sociais e fóruns de discussão. Muitos fãs viram na mudança um ataque ao conceito de posse digital, em um mercado que já caminha para um modelo cada vez mais dependente de servidores e autenticações online.
Jogos podem se tornar inutilizáveis
Boa parte dos títulos modernos exige conexão constante com a internet, mesmo em modos single-player. Assim, basta que um servidor seja desligado para que o jogo se torne inutilizável, mesmo que o jogador tenha comprado uma mídia física ou digital.
A Ubisoft também incluiu uma cláusula que lhe permite modificar qualquer produto “por qualquer motivo ou sem qualquer motivo específico, a qualquer momento e a seu exclusivo critério”. Isso abre margem para mudanças unilaterais, sem necessidade de aprovação do consumidor.
Caso o jogador não concorde com as modificações, a única alternativa oferecida pela empresa é a eliminação definitiva do produto.
Empresa tenta se proteger em meio à crise
A Ubisoft atravessa uma fase complicada. A empresa tem sido alvo de críticas por modelos agressivos de monetização, decisões executivas controversas e lançamentos considerados apressados ou incompletos. Seu valor de mercado também sofreu uma queda significativa nos últimos cinco anos.
Em 2022, a Ubisoft firmou uma parceria estratégica com a gigante chinesa Tencent, levantando especulações sobre uma possível aquisição ou maior controle internacional. Internamente, a empresa busca reforçar sua posição legal para lidar com cenários como interrupções de serviço e baixa rentabilidade de jogos antigos.
Reação da comunidade
A medida foi recebida com indignação por grande parte da base de fãs. Muitos jogadores questionam os limites do controle corporativo sobre produtos digitais e pedem maior transparência por parte da Ubisoft.
Enquanto isso, especialistas em direito digital alertam para um cenário perigoso, no qual as empresas podem revogar produtos comprados com um simples ajuste contratual.
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